Vitor Batelochi's Blog


FESTIVAL DE NAZIFASCIS​MO NA AVENIDA PAULISTA

Posted in Economia,Notícias de mídia,Política partidária por vitorbatelochi em 26 de maio de 2011

O Brasil inteiro assistiu no Jornal Nacional de sábado, dia 21/05/2011, o festival de truculência fascista e brutalidade policial que aconteceu na Avenida Paulista. Tudo começou quando um desembargador do TJ paulista, Teodomiro Mendez Ribeiro, decidiu reescrever a Constituição Federal ao seu modo peculiar, fazendo tabula rasa da liberdade de expressão e da proibição da maconha cláusula pétrea. Já que a maconha é ilegal, não se pode fazer uma passeata pedindo a legalização. Por essa via, voltando no tempo até meados do século XIX, o douto desembargador criminalizaria o movimento abolicionista, uma vez que a escravidão se encontrava amparada pela lei e a liberdade dos escravos não. O aspecto central do pensamento desse magistrado parece ser o de que a lei é imutável e impermeável ao debate político, o que é absurdo numa democracia.
 
A decisão judicial incompatível com o artigo 5º, IV, IX e XVI, da Carta Magna, e as bombas de gás e os cassetetes da PM do governador Geraldo Assad Kadafi Alckmin são duas manifestações do mesmo tipo de ideologia fascista que não se conforma com as conseqüências de vivermos num Estado democrático de direito, no qual não é possível criminalizar idéias e nem a sua livre manifestação no espaço público. Sobre esse infeliz desembargador, cabe registrar os seus antecedentes criminais, quem quiser saber é só abrir o link a seguir: http://coletivodar.org/2011/05/teodomiro-mendez-o-juiz-que-proibiu-a-marcha-ja-foi-condenado-por-espancamento/
O fato é que gostem ou não aqueles que querem censurar o debate sobre o fracasso da política criminal de “guerra às drogas”, o movimento pela legalização da maconha é uma realidade política e vem conseguindo mobilizar a juventude e questionar o bolorento moralismo proibicionista.
 
Os motivos para legalizar a maconha são muitos e óbvios. Os motivos para manter tudo como está não existem, a não ser no plano do imaginário, do simbólico, ou mesmo do delírio. Em 1998, a ONU aprovou a meta de “um mundo sem drogas” para dali a dez anos, em 2008. Hoje, em 2011, dá para perguntar se quem aprovou aquela meta e aquele prazo não estava sob efeito de algum potente alucinógeno.
 
O escritor francês Victor Hugo disse uma vez que não há nada mais forte do que uma idéia cujo tempo chegou. É o caso da idéia de botar um ponto final na sangrenta e fracassada “guerra às drogas”. A Razão está do nosso lado e a História na nossa frente. Chega de mortes, de violência e de corrupção.
 
Gerardo Xavier Santiago, advogado

Bem na fita!

Posted in Notícias de mídia por vitorbatelochi em 15 de abril de 2010
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11-11-2009 15:03:45 – Estudantes da UFSC recebem menção especial na 17ª edição das Jornadas de Jovens Pesquisadores da AUGM

Trinta e três estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apresentaram trabalhos nas 17ª Jornadas de Jovens Pesquisadores da Associação de Universidades Grupo Montevideo, que ocorreu de 27 a 29 de outubro, na Universidad Nacional de Entre Ríos (UNER), Argentina. O evento visa promover o intercâmbio cultural entre os países do Mercosul e também o potencial acadêmico e pesquisador dos participantes.

Três jovens pesquisadores receberam menção especial em função de seus trabalhos apresentados. São eles: Deborah Levitan (Psicologia) com “Jovens, arte e o movimento de (re)criação das imagens de si”, – orientada pela professora Andrea Zanella; Leila Vieira (Agronomia) com “Efeito da adição exógena de poliaminas na histodiferenciação de culturas embriogênicas de Araucária angustifólia (Bert) O. Ktze”, orientada pelo professor Miguel Guerra; Vitor Batelochi (Ciências Econômicas) com “A integração econômica latino-americana e os novos padrões cambiais: experiências recentes na criação de moedas comum”.

O evento foi coordenado na UFSC pelo professor Louis Roberto Westphal, do Departamento de Articulação Institucional (DEARTI), da Secretaria de Relações Institucionais e Internacionais (SINTER). O processo seletivo para as próximas Jornadas será anunciado no início de 2010, e será realizado mais uma vez na Argentina – na Universidad Nacional del Litoral, na cidade de Santa Fé.

O Grupo Montevidéu reúne instituições de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Do Brasil, integram a associação seis universidades federais e três estaduais.

Margareth Rossi/Jornalista da Agecom

Disponível em: http://www.agecom.ufsc.br/index.php?secao=arq&id=10694

Enchentes, um fenômeno Político.

Posted in Notícias de mídia por vitorbatelochi em 10 de abril de 2010

Enchentes, um fenômeno político.

Nos últimos dois anos, uma série de distúrbios climáticos vem atingindo grandes cidades brasileiras. Dentre todas as vulnerabilidades das grandes e médias cidades, parece que a incapacidade para lidar com chuvas repentinas é a maior dificuldade em relação à estrutura urbana, ou pelo menos, a dificuldade mais expressiva. Desde a enchente ocorrida em 2008 na cidade de Blumenau (SC), várias outras ocorreram e foram, de norte a sul do país, noticiadas sem exceção na grande mídia. Geralmente imprevisíveis, as fortes chuvas acabam por transbordar rios e interferir na vida cotidiana de muitas pessoas, geralmente em áreas pobres e com poucos recursos.

Nada de novo. Quando noticiado na mídia, esses desastres são sempre comparados a eventos anteriores das mesmas localidades. “Há mais de vinte anos que não chovia xx milímetros num único dia…”‘. Ou seja, elas sempre aconteceram e poderíamos dizer assim, que as enchentes acompanham o próprio processo de formação urbana nacional.

Não há dúvidas que estes eventos são extremamente prejudiciais a muitas pessoas, e portanto, repudiáveis. Porém, pior do que a água que invade casas e desabriga milhares, são as explicações dadas a estes fenômenos. Se alaga é porque choveu muito, certo? Sim, certo, mas também errado. Para alagar é preciso de um lado muita água, chuva mesmo, mas de outro, é preciso uma estrutura urbana extremamente subdesenvolvida e inadequada para lidar com periódicos períodos chuvosos. Quando a quantidade de chuvas é situada historicamente (comparada com estatísticas anteriores), descobrimos que as chuvas de hoje não são mais intensas do que as ocorridas anteriormente. As enchentes revelam assim, um problema relacionado ao modelo de urbanização desenvolvido no país, baseado na centralização de recursos e obras em algumas localidades, e descaso absoluto com outras.

Isso significa dizer que os alagamentos são, antes de um fenômeno climático, uma resultante política. Fico perplexo ao me defrontar com a explicação das autoridades públicas, e até de muita gente “alagada”, sobre a origem destas enchentes. Há vários tipos de explicação, mas todas elas partem da obvia e única constatação: enchente ocorre porque chove muito. Às vezes os excessos de chuvas são resultado da fúria divina, outras vezes estão sintonizadas com alterações climáticas provocadas pelo “mal trato” com o planeta, mas nunca, ou quase nunca, o excesso de chuvas que se transforma em enchente é relacionado à incapacidade e despreocupação governamental para suprir os bairros com uma estrutura de drenagem e escoamento apto as necessidades de cada localidade.

Se é verdade que as chuvas desabrigam de suas residências a cada ano uma quantidade cada vez maior de famílias carentes, é mais verdade ainda que o processo de estruturação urbana hoje destina à ocupação residencial áreas que jamais poderiam servir a essa finalidade. Somente em poucas cidades brasileiras existe um planejamento sistemático (de longo prazo) em relação à ocupação urbana, que situe as necessidades de escoamento fluvial ao lado de outras demandas. Florianópolis, onde vivo, é um exemplo latente da desordem e da ocupação no improviso.

Mas as enchentes não estão presentes somente nas áreas subdesenvolvidas do globo. Cidades européias, japonesas e de outros centros metropolitanos já passaram por experiências dessa ordem. Mas creio que lá, diferentemente daqui, denúncias contra os incontroláveis desejos divinos foram substituídos pela capacidade da gestão pública na edificação de estruturas adaptadas ao regime pluviométrico de cada região e que foram capazes, nas últimas décadas, de canalizar as lágrimas de São Pedro, quando não até utilizá-las para a agricultura e abastecimento para estas mesmas cidades.

Que a crítica apresentada não se confunda ao dócil e domesticado eurocentrismo. Mas que somente possibilite uma nova interpretação. Excesso de chuva é antes de um evento climático, mais um fenômeno político que caracteriza o subdesenvolvimento e sua mentalidade social de indiferença com a situação de milhares de pessoas que neste exato momento sentem a água por debaixo da porta de miseráveis casebres.  E você, o que pensa?